Começaram a surgir facções entre os dirigentes da igreja de Corinto. Alguns membros da igreja passaram a considerar mais a certos ministros do evangelho do que o próprio evangelho. Paulo condena essa atitude, e os faz lembrar que nem ele, nem qualquer outro homem foi crucificado por amor a eles. Esse mesmo erro ainda existe hoje. Alguns crentes se apegam mais a um certo pastor ou evangelista do que a CRISTO e à sua Palavra. Essa atitude pode torná-los infiéis aos princípios cristãos e até mesmo levá-los a dividir a igreja. Sempre devemos tomar o cuidado de concentrar nosso amor, devoção e lealdade em DEUS e na sua Palavra; não em qualquer pastor ou outra pessoa.
Apolo - Os gregos que admiravam um excelente orador ou pregador.
Paulo - Os romanos e os escravos que viam na simplicidade e no ensino de Paulo sua liberdade em CRISTO.
Pedro - O grupo judaico, com sua rígida disciplina e doutrina severa, baseada na lei.
CRISTO - Os religiosos em extremo, que priorizavam a operação dos dons em detrimento da doutrina. Se julgavam mais santos do que os outros, que achavam dispensáveis as lideranças da igreja.
O "partido de CRISTO" provavelmente consistia dos falsos mestres que eram inimigos do apóstolo Paulo (4.18,19) e que alegavam ter espiritualidade e "sabedoria" superiores. Acreditavam que seus conhecimentos ("ciência", 8.1) os isentavam das restrições da lei (6.12; 10.23) e das exigências da moralidade (5.2). Estavam procurando induzir a igreja para o seu evangelho distorcido (2 Co 11.4,20,21). É contra eles e contra os seus discípulos em Corinto, que Paulo sustenta um conflito.
Qual o interesse do Diabo em causar divisão na igreja (já que ele é o mais interessado nisso)?
Sabemos que um exército dividido não vence batalhas. Também sabemos que onde existem vários líderes ausentes, não se consegue crescer espiritualmente.
"Eu sou de"... indica a exaltação de uma pessoa como um ídolo e causa sempre divisão e distúrbios à igreja.
Tudo isso indica que a igreja era imatura, era carnal.
Embora haja momentos em que uma divisão seja necessária (quando, por exemplo, uma denominação abandona as Escrituras como regra de fé e prática), percebemos que as causas do intenso divisionismo evangélico no Brasil são intrinsecamente corintianas: imaturidade, carnalidade, culto à personalidade, orgulho espiritual, mundanismo. Nem sempre os líderes são culpados do culto à personalidade que crentes imaturos lhes prestam. Paulo, Apolo e Pedro certamente teriam rejeitado a formação de fã-clubes em torno de seus nomes. De qualquer forma, os líderes evangélicos sempre deveriam procurar evitar dar qualquer ocasião para que isto ocorra, como o próprio Paulo havia feito (1 Coríntios 1.13-17). Infelizmente, o conceito de ministério que prevalece em muitos quartéis evangélicos de hoje é exatamente aquele que Paulo combate em 1 Coríntios.
CARNAIS. Um dos problemas principais da igreja de Corinto era sua tentativa de desfrutar das bênçãos de DEUS e ao mesmo tempo recusar separar-se dos maus caminhos do mundo.
(1) Os dirigentes da igreja de Corinto deixavam os novos crentes permanecer nas congregações sem abandonarem muitas de suas práticas pecaminosas. Os coríntios estavam tolerando na igreja: divisões egoístas (11.18), filosofia mundana (1.18-25; 3.19), inveja e contenda (3.3), orgulho (3.21; 4.7), imoralidade (5.1), ações banais na justiça (6.1-8), freqüência a festas idólatras (caps. 8; 10), e a rejeição dos ensinos apostólicos (14.36,37). Os coríntios deixaram de perceber a necessidade absoluta da verdade apostólica, do amor e dos padrões da piedade (6.9,10; 13); passaram a exercitar erroneamente os dons do ESPÍRITO (caps. 12; 14); profanar a Ceia do Senhor (11.20-34), e distorcer a mensagem do evangelho (1.18-31).
(2) O próprio JESUS adverte que qualquer igreja que tolera dentro da sua comunhão as práticas iníquas deste mundo ou a distorção da verdade bíblica (ver Ap 2.20), será rejeitada por Ele e perderá seu lugar no reino de DEUS (ver Ap 2.5,16; 3.15,16). À tal igreja, o ESPÍRITO chama ao arrependimento sincero (5.2), à separação do mundo (2 Co 6.16-18) e a "aperfeiçoar a santificação no temor de DEUS" (2 Co 7.1)
AINDA SOIS CARNAIS. Crentes carnais são os que eram fiéis e se tornaram infiéis e os espirituais são os que permanecem fiéis.
SOIS O TEMPLO DE DEUS. A ênfase, aqui, recai na congregação inteira, i.e., os crentes como o templo de DEUS e como a habitação do ESPÍRITO SANTO (cf. v. 9; 2 Co 6.16; Ef 2.21). Como o templo de DEUS em meio a uma sociedade perversa, o povo de DEUS em Corinto não devia participar dos pecados prevalecentes naquela sociedade. Devia rejeitar todas as formas de imoralidade. O templo de DEUS deve ser santo (v. 17), porque DEUS é santo (cf. 1 Pe 1.14-16).
Prof. Abdias Barreto
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